sábado, 28 de junho de 2008

Presbiterianos e liturgia, Parte 4

Por Jeffrey J. Meyers

(Continuação da Parte 3)
(Leia o original)
Mas agora, precisamos nos voltar para questões um pouco mais difíceis. Por que a teologia reformada norte-americana é tão caracteristicamente a-litúrgica? O que é que a nossa teologia, ou a nossa vida eclesiástica tem, para criar uma consciência tão a-, ou mesmo anti-litúrgica? Por que os nossos teólogos nem se arriscam a escrever uma teologia do culto? E por que as nossas teologias são escritas sem nenhuma preocupação em se integrar textos e práticas litúrgicos?
Claro, nós temos todo tipo de livro sobre o culto, mas nenhum que tente fornecer uma formulação teológica de um culto reformado litúrgico. O que nós precisamos são livros acadêmicos sérios, que analisem e interajam não apenas com toda a Bíblia, mas também com a História da Liturgia, para trazer a lume uma síntese criativa. Acho que eu que eu estou procurando é algo na linha do que já foi feito por teólogos católicos, luteranos e ortodoxos.
Eu sugeriria cinco grandes áreas de problemas teológicos que contribuíram para a inclinação a-litúrgica da teologia reformada anglo-americana:
1. Uma má-compreensão tipicamente reformada do propósito do culto no Dia do Senhor;
2. Uma ênfase desequilibrada na teologia pós-continental, sobretudo a anglo-americana, sobre a imediação da obra do Espírito nas almas dos indivíduos;
3. Uma nada saudável preferência por discussões sobre o Princípio Regulador do Culto e elementos isolados do culto, em detrimento de questões sobre ordem e seqüência;
4. Uma quase que total desconsideração do condicionamento recíproco entre liturgia e doutrina (lex orandi, lex credendi) na vida da igreja; e

5. O fracasso em se perceber o fato de que o Novo Testamento não simplesmente ab-roga, mas transforma a tipologia sacrificial do Antigo Testamento, ao explicar seu cumprimento em Cristo e seu Corpo, a Igreja.
Em posts futuros, eu comentarei sobre cada um desses cinco problemas.

(Continua)

Nenhum comentário: