segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Liturgia Evangélica 21: O Apelo

Por Michael "iMonk" Spencer.

The Evangelical Liturgy 21: The Invitation originalmente publicado em InternetMonk, 3 de novembro de 2009. Traduzido com permissão.

Para nossos amigos litúrgicos espiando esta série, o apelo público será certamente um bicho esquisito, evocando imagens de uma trilha de serragem e pecadores em prantos suplicando aos pés de um palco enquanto um evangelista os insta a orar. Na verdade o apelo é simplesmente uma porção do culto onde os participantes que talvez desejem fazer certos atos como confessar sua fé ou aderir à igreja, por meio de um ato público inicial, em um culto público, geralmente no fim da celebração, que consiste em ir lá na frente falar com o ministro, podem fazê-lo.

Eu sou um opositor ferrenho do apelo público no culto. Já escrevi extensamente sobre isso no InternetMonk em vários artigos passados. Confira Leave your seat, leave your sin [Deixe seu banco, deixe seu pecado, N. do T.], partes 1, 2 and 3. No entanto, esta série está descrevendo uma liturgia protestante típica, e os fatos são inegáveis: a maioria dos evangélicos e boa parte dos protestantes faz uso de alguma forma de apelo público, de modo que ele precisa ser abordado em uma discussão de liturgia.

Por isso, eu não vou discutir os motivos bíblico-teológicos pelos quais eu pessoalmente me oponho ao uso do apelo público.

Em todas as igrejas onde eu já servi, com exceção da presbiteriana onde eu tenho auxiliado há vários anos, um apelo público era sempre esperado. Batistas do sul associam profunda e estreitamente o convite com o culto do Evangelho, o evangelismo e a mensagem fundamental da igreja. Essa associação é tão profunda que a maioria dos sermões se desenvolve desembocando em um apelo.


Na minha experiência com a Convenção Batista do Sul, uma igreja que deixa de fazer apelos públicos será imediatamente julgada pelos demais batistas como tendo abandonado o Evangelho e o amor pelos perdidos. Esse apelo tem claras conotações sacramentais, da forma como é praticado nas tantas igrejas evangélicas. Esse é um "momento de Deus", o clímax, uma representação simbólica do próprio convite que nos faz o Evangelho.

O apelo padrão na nossa tradição é uma seqüência do sermão para um hino de apelo, com o ministro de pé na frente do espaço de culto para receber aqueles que possam vir, por quaisquer que sejam os motivos do dia. Tais motivos podem incluir fazer-se uma profissão de fé, pedir pelo Batismo ou por membresia na igreja, ou pedir orações. "Rededicações" etc. não são razões consistentes para um apelo.

A escolha e o uso do hino de apelo tem sido a área mais fraca da liturgia orientada pelo apelo. Hinos típicos de "compromisso" e "decisão" têm o potencial de deixar uma idéia totalmente errada ao fim de um culto bem-planejado e bem-executado. O hino final deveria seguir o tema do culto, e não abordar um pedestre-de-corredor em potencial com declarações, ameaças e promessas.

As instruções sobre o apelo devem ser parte da ordem impressa de culto, ou dadas nos avisos antes do início do culto, como orientação. Um ministro não deveria ter de gaster dois minutos justificando o apelo. Seus comentários de transição deveriam ser curtos, e o propósito desse ato ser praticado ao fim do culto deve ficar claro e conhecido.

Os apelos não devem ser compridos. O uso de uma música de encerramento apropriada deveria dar a tônica para o apelo. Aqueles que o atendem devem ser recebidos e encaminhados para outro lugar, para que se possa conversar com eles depois do culto. Se a legislação da igreja exigir que aqueles que respondem o apelo sejam apresentados, ou se o ministro desejar comentar sobre algum aspecto do apelo, ambos devem ser feitos de forma ciosa da duração do culto.

Se as deixas para o pessoal de apoio forem bem dadas, na transição para, e durante o apelo, não há motivo para que ele se torne uma grande distração do restante do culto. Se os ministros se contiverem e os músicos ajudarem a tornar o fim do culto um movimento fluido, e não uma interrupção, o apelo pode ser feito com bom gosto, de forma rápida e sem distrações ou perambulações extensas pelo deserto litúrgico.

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